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terça-feira, 27 de março de 2012

Feras talentosas deixam marcas por São Paulo

texto por: Maria Renata
                                                                                                          foto: Marcelo Dalla
Desenho dos "Gêmeos" Gustavo e Otavio paulistanos do Cambuci famosos no mundo todo


Intrigantes e viscerais os grafites enfeitam e modificam a paisagem urbana de norte a sul da cidade de São Paulo. Presentes em nosso território desde a década de 80 a arte de grafitar muros e paredes ganhou fãs do mundo inteiro.

Desenhos de traços fortes essas intervenções artísticas também podem ser admiradas por fotos em várias galerias espalhadas pela “terra da garoa”. O Mube na Avenida Europa, a QAZ Galeria de Arte em Higienópolis e a Spray Galeria na Vila Madalena são três referências em exposições de trabalhos relacionados ao grafite.

Mas se você prefere conferir de perto a criatividade dos artistas apaixonados pelo spray aproveite o tempo livre e passeie pelos bairros e avenidas paulistanas. É num clima de explosões de cores e através das mãos de artistas como Carlos Dias, Daniel Melin, Eduardo Kobra, os irmãos Hamilton e Rodrigo Yokota, os gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, entre outros, que a arte em nome da crítica social  ou sem sérias pretensões desemboca em túneis e preenche espaços vazios da cidade, dando-nos outro panorama cultural bem representado, e que pode ser diariamente cultuado, pelos moradores e visitantes que circulam pelas ruas da nossa capital.
           

Por outros olhos

texto por: Rafaeli Camargo


Desde que o prefeito Gilberto Kassab aprovou, em julho o decreto que disciplina as apresentações de artistas de rua em São Paulo, algumas pessoas dizem sofrer com isso. Porque aumentou o número de artistas nas ruas que fazem uso de caixas de som altíssimas.

O que sem dúvida é um grande problema para quem mora, trabalha e estuda por perto. Alguns comerciantes dizem ter medo que isso vire até bagunça, para alguns deles, certas pessoas podem se “disfarçar” de artistas de rua e na verdade pedir dinheiro e atrapalhar o fluxo de algumas ruas.

Ao mesmo tempo, alguns articuladores do movimento dos artistas de rua criaram um fórum na internet, incluindo regras como limite para ruído, ocupação e para que os artistas não fiquem sempre no mesmo lugar.

Eles querem regularizar a venda de CDs de autoria própria dos artistas, que ainda é proibida. Assim vão ganhar mais dinheiro, sem pedir nada apenas vendendo seu trabalho para quem gostar.

Isso será uma discussão que ainda irá longe, mas aos poucos cada um vai descobrindo seu lugar e como agir nele, os artistas de rua estão ganhando seu lugar, reconhecimento e respeito perante a sociedade.



Pinturas a céu aberto

texto por: Barbarah Salles
foto: divulgação/ fonte: Blog Patrimônio para Todos 

Artista realiza pintura em cerâmica em meio a multidão


São vários os tipos de arte produzidos por Artistas de Rua que chamam a atenção em São Paulo: malabarismo, estátuas vivas, músicos, apresentações teatrais. Entre elas existe também o trabalho de pintores que escolhem as ruas como ateliê, expondo e desenvolvendo sua arte a céu aberto.

Entre todas as pinturas, há uma técnica que atraí admiradores e curiosos: A pintura em Cerâmica. A técnica, criada por gregos, se caracteriza por desenhos em vasos, pratos e azulejos. Os artistas que desenvolvem a arte utilizam várias cores de maneira dinâmica e criativa.

Paisagens com coloração variada são realizadas com o uso de esponjas, pequenos pincéis e até os dedos em sobre piso de cerâmica. O trabalho tem  acabamento que se assemelha ao de quadros, e complementa a paisagem da arte urbana, em várias exposições pelas ruas, praças e calçadas da cidade.

Além da beleza e da exclusividade que a técnica traz, o desenho é desenvolvido de acordo com os pedidos que são feitos aos artistas, a nobreza do trabalho em cerâmica feito nas ruas aproxima o grande público da arte da pintura. E dá a oportunidade, de por um valor acessivel, obter obras impressionantes.

Multitalentosos

texto por: Eduardo Camargo
foto: divulgação/ fonte: trupecirco

Grupo circense realiza apresentação na rua usando diferentes modalidades

Sucesso é sinônimo de dedicação, mas não só isso. Para alcançá-lo, é preciso estar “antenado” para se destacar dos demais, e isso é necessário em qualquer tipo de trabalho, ainda mais quando se está num ramo tão concorrido.

São várias as qualidades de um profissional renomado e, assim, também funciona a vida de um artista de rua. A enorme concorrência o faz escolher pontos estratégicos a fim de atingir maior público, mas mantê-lo por todos os dias, é o enigma a ser resolvido por eles. Para não cair na “mesmice” ele deve estar sempre inovando, por isso é cada vez mais comum a presença dos artistas considerados “multi-talentosos”, que reúnem vários tipos de arte e performances numa única apresentação, conquistando o público.

O dinamismo dos shows atrai o público acostumado à vida agitada dos grandes pólos, como São Paulo, mas por alguns minutos deixa os expectadores extasiados. Acrobacias misturadas a dança, malabarismo unido ao equilibrismo, magia com um toque de humor, são apenas algumas das ferramentas mais usadas pelo artista, que tanto encantam as pessoas e as fazem mudar o costumeiro dia a dia.   

Artistas de Rua fazem seu próprio “marketing” em apresentações



texto por: Caroline Brito
foto: Divulgação / Arquivo Pessoal 


Nicolas, 27, é recompensado em seu trabalho 
A sociedade atual esta ligada e focada no marketing, ou seja, as empresas fazem de tudo para chamar atenção dos consumidores através da divulgação de seus produtos. 

Isso não é muito diferente na profissão dos artistas de rua. Maquiagens, instrumentos musicais, roupas, imitações, voz, pinturas, malabares e outros diversos artifícios são adotados por eles como forma de atrair e mostrar seu trabalho na cidade de São Paulo. Os fenômenos das ruas vivem de aplausos e sobrevivem de moedas, e às vezes se o marketing de fato atrair e chamar muita atenção eles encontram um atalho para o sucesso.

Foi o caso do uruguaio e malabarista Nicolas Gonzalez, 27, que ao despertar atenção no farol foi chamado para mostrar seu trabalho no camarote Brahma no carnaval deste ano, “Conheci o produtor no farol, entreguei um cartão e ele entrou em contato, depois de levar meu material fui contratado, é assim que acontece na maioria das vezes que me chamam para um trabalho na TV, bares e eventos”, conta. 

O malabarista tem suas técnicas para divulgar o que faz, além de distribuir diversos números de malabares, ele entrega cartões com seus contatos e capricha no figurino. “O principal ponto para chamar atenção é o figurino, eu uso roupas sociais e três camisetas por dia, se uma suja já troco, branco se destaca então tenho sempre que estar com a camiseta limpa.”, finaliza. 


Contato Nicolas Gonzalez: Facebook

terça-feira, 20 de março de 2012

Das calçadas para os palcos


Texto por: Rafaeli Camargo
Foto: divulgação/pracavictorcivita.org.br

 Orquestra de Músicos de Rua


E se juntássemos em uma orquestra nordestinos, paraguaios, japoneses e paulistanos? E mais, e se todos fossem músicos de rua?

Pois é, foi o que o compositor Livio Tragtenberg  fez em São Paulo. Ele juntou o que havia de melhor em música de rua e montou uma linda orquestra com diferentes estilos, instrumentos e arranjos. Como por exemplo, berimbau misturado com shamisen (instrumento típico japonês).

Desde a sua estréia em 2004, eles se apresentam em praças públicas, teatros, festivais e clubes. Toda essa mistura de ritmos e raças se torna uma formação cultural para a cidade que mostra a cara das ruas, ou melhor, o som das ruas de São Paulo.

O grupo chegou a servir de exemplo, para a criação de outros no Rio de Janeiro, Berlim e Miami. Livio Tragtenberg, criador explica que as composições musicais são de autoria dos próprios integrantes e combinam as músicas dos imigrantes com o clima das ruas paulistanas. “As japonesas, por exemplo, tocam as músicas tradicionais, com os instrumentos tradicionais do Japão”, diz. “Eu não faço uma música para elas tocarem, mas sim o arranjo disso com os outros ritmos. É uma música paraguaia sobreposta a uma música japonesa.” Isso faz com que tudo se torne ainda mais interessante a história, os integrantes, as músicas, a disposição e respeito com que esses instrumentistas foram vistos.

Confira o vídeo da Orquestra de Músicos de Rua 
Orquesta dos Músicos de Rua

“Somos todos vencedores”

texto por: Barbarah Salles
Foto:Julinho Marques / fonte: facebook/magobranco

Estátua Viva - Personagem Mago Branco, interpretado há cinco meses

Júlio César Marques, 24 anos, sem caracterização


Seu personagem é o Mago Branco, da Rua 25 de março, e é há cinco meses, rodeado por crianças e curiosos admirados, que Júlio César de Araújo Marques, 24 anos, realiza suas apresentações como estátua viva, cinco vezes por semana.
Segundo Júlio, a escolha pelas ruas partiu da ideia do trabalho independente de horários e hierarquia. “Não tenho horário para cumprir, dia certo para trabalhar, nem chefe. Quer algo melhor que isso?”. 
O artista também conta que a arte de rua lhe proporciona grandes alegrias. “Recebo muitos elogios, algumas pessoas pedem para tirar fotos, isso é gratificante”. Apesar do reconhecimento de alguns, Júlio ressalta que ainda há preconceito por parte de algumas pessoas. “Ainda ouço coisas do tipo: vai trabalhar vagabundo”, relatou indignado.
Júlio explica que não estudou para aprender suas técnicas. “Fiz o curso da vida e, com esforço e coragem, conquistei meu espaço”. Ele acredita que os artistas de rua são pessoas, que por falta de oportunidades, escolheram as ruas para mostrar seu talento. “Pra mim, somos todos vencedores”, finalizou o ator.

Do cinema para às ruas da 25 de março

texto por: Caroline Brito
foto por: retirada do site    Jack Sparrow - Rodolfo Valentino  

Rodolfo Valentino em sua interpretação de Jack Sparrow

É passando nas ruas da 25 de março que muitas pessoas se deparam com a ilustre figura de Rodolfo Valentino, 36 anos. Ele faz suas apresentações teatrais interpretando o personagem Jack Sparrow do filme Piratas do Caribe.

Formado em artes cênicas em Trujillo no Peru, o peruano Valentino diz ser apaixonado por comédia e fã Jhonny Depp "Eu gosto de uma série de personagens feitos por ele, esse do Jack Sparrow eu imaginei que seria um grande desafio e por isso escolhi, ja faço há 5 anos". 

O ator conta que a produção do personagem é bem trabalhosa e leva cerca de 50 minutos para ficar pronta e perfeita. 

Desde 2005 no Brasil, Valentino ja é bem conhecido nas ruas de São Paulo e também é contratado para outros eventos como buffets e festas de piratas, onde carrega toda a sua trupe que interpreta os personagens de Piratas do Caribe.

Para saber mais sobre o trabalho desse artista acesse o link abaixo:




São Paulo: "ateliê" a céu aberto

texto por: Eduardo Camargo

Nossa sociedade carregada de tradições e costumes certamente influencia no modo como enxergamos e consideramos a arte. Classes sociais vistas como responsáveis por determinados tipos de trabalhos, como acontece com o rap e o grafite, vistos como modos de expressão distantes da classe elitista, são porta-voz da grande maioria da população brasileira.

O grafite, arte que transforma os muros e a aparência cinzenta da cidade de São Paulo num verdadeiro ateliê a céu aberto, vem ganhando espaço, conseguindo apagar a imagem de vandalismo e “transformá-lo” em arte. Uma vitória daqueles que dedicam boa parte do seu dia ao desenho com tinta em “spray”.

Hoje, já há apoio maior, aquém daquele esperado, é verdade, mas fundamental para a divulgação desse trabalho, que pode ser visto nos becos e ruas da cidade, e já alavanca nomes como especialistas na área. Paulista, Vila Madalena e também o painel coletivo entre a estação Anhangabaú e a Avenida 23 de Maio são alguns dos pontos onde mais se pode apreciar a arte de rua.          

Grafite em São Paulo


Vídeo: belavaryart.com
Fotografia: Attila Belavary / Luciano Crippa

A fórmula da arte que inspira Tonga

Texto: Maria Renata
  Desenho por: Rafael Grasel 
"Malabarista" de 2011
                                                                                                                         

Arte milenar  existente desde muito antes do nascimento de Cristo, o malabarismo é uma das modalidades artísticas mais praticadas nas calçadas e nos faróis de São Paulo.

Por ser um exercício de precisão, vários matemáticos desenvolveram teorias sobre sua prática. A velocidade atingida pelas mãos dos malabares enquanto realizam o truque pode ser medida pela fórmula (F+D)H=(V+D)N, sendo que F,D,N representam o tempo em que a bola está no ar, nas mãos e o tempo em que elas  ficam vazias. Já H e N são os números de mãos e bolas usadas em cada tipo de malabarismo.

Sem conhecer fórmulas ou histórias que possam explicar no que consiste ou de onde vem essa arte tão elaborada, as mulheres de Tonga, país localizado na Oceania, exibem-se em competições de hico, modalidade que mistura dança e malabarismo e que é praticada por meninas a partir dos cinco anos de idade. Garotos não são adeptos do hico, e sabe-se que em Tonga, o malabarismo além de ser uma arte muito feminina, é a tradição que faz deste país um dos maiores praticantes de malabares do mundo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Rua Popular se torna palco de artistas

texto por: Barbarah Salles
foto: Rafael Nunes / Fonte: Blog do Rafa

Estátua viva se apresenta na rua mais popular de São Paulo 

foto: Sara Carvalho/ fonte: Blog O Cotidiano

Artista faz pinturas em pratos de cerâmicas em meio a multidão

A Rua 25 de março é conhecida pela fama e força do comércio popular. Mas, entre a multidão enlouquecida pelas compras, é possível notar num canto ou em outro, pequenas rodas de pessoas aglomeradas, que esquecem por um momento seu objetivo naquela região e param para admirar a arte ali presente – os artistas de Rua.

Encontra-se na região artistas de rua para todos os gostos: estátuas vivas, palhaços, caricaturistas, pintores, malabaris,entre outros. Cada um com seu talento e encanto consegue achar entre os pedestres pequenos espaços para mostrar o que sabem fazer.

Está no palco 25 de Março a oportunidade que eles encontraram para ganhar seu sustento, através de sorrisos, através de arte. Arte essa que não estipula valores para ser admirada, e sim deixa livre para o coração escolher o quanto ela vale. 

Malabarismo em Praça Pública



texto por: Caroline Brito
foto: divulgação
Malabarista faz arte circense na Praça Aprendiz das Letras 
Conhecido como uma arte de circo, o malabarismo também é visto atualmente  como  arte de rua, muitos profissionais estão por aí mostrando seu trabalho, manipulando objetos nos ares. A prática dessa arte traz benefícios à mente e ao corpo, pois desenvolve a capacidade de concentração e coordenação motora. 

Toda segunda-feira, das 18h ás 22h , a Praça Aprendiz das Letras é palco do “Encontro de Malabares”, conhecida  como o Beco dos Malabares. Muitas bolinhas, aros e outros instrumentos voam nas mãos de quem pratica a arte circense e também na daqueles que se sentem motivados a aprendê-la.

Graças a esse encontro semanal, o grupo de malabaristas deu origem ao "Circo do Beco", um evento que ocorre uma vez por mês e que reune profissionais do malabarismo para uma apresentação circense.  

Para aqueles que tiverem curiosidade de conhecer, a praça fica na esquina da Rua Belmiro Braga com a Inácio Pereira da Rocha, na Vila Madalena.

Profissionalização é o caminho

texto por: Eduardo Camargo
foto: Gil Grossi/fonte: pepper

Foram abertas as inscrições para a Oficina de dança do "Núcleo Aberto". 
O número de artistas presentes nas ruas de São Paulo é considerável. Artes dos mais variados e distintos modos que traduzem em uma apresentação corporal a riqueza cultural da cidade mais populosa do Brasil. Se há muitos concorrentes, faz-se necessário o domínio das diversificadas técnicas de exibição de seu trabalho, para que ele possa se destacar e ser diferenciado. Entram em cena as oficinas de arte.

Assim como qualquer outro trabalho, o profissional das artes precisa mostrar ao seu público o domínio e conhecimento, bem como a percepção e entendimento de tudo aquilo que é necessário para uma boa apresentação. Muitas instituições trabalham exclusivamente com arte, preparando seus alunos para serem: atores, músicos, desenhistas, pintores, dançarinos, etc. Também existem cursos para circenses em diversos pontos da cidade, até mesmo aulas para crianças e adolescentes que se interessam pela arte advinda dos circos, e que tanto mexe com a imaginação dos espectadores.

As oficinas de arte cumprem papel social muito importante, já que são muitos os cursos oferecidos gratuitamente, ocupando os jovens apenas com o trabalho artístico. A profissionalização faz com que o trabalho nas ruas seja mais do que reconhecido, seja admirado. Talento não se vende, se põe a mostra, no maior dos palcos, a “rua”.

Oficinas/Cursos:


O carma dos artistas incendiários

texto por: Maria Renata
foto por:Miriam Cardoso de Souza

        Engolidora de fogo exibe sua arte em rua paulistana    
Sujeitos a desenvolver várias doenças ao longo de sua trajetória artística, os engolidores de fogo possuem algumas técnicas para tentar minimizar os efeitos nocivos do combustível no organismo.  

Tomar leite ou antiácidos antes de suas apresentações são práticas que permitem ao corpo eliminar excesso de combustível do estômago. Verificar roupas e locais onde irão realizar os espetáculos evita incêndios e queimaduras, que podem impedi-los de exercer seu trabalho pelo resto da vida. Atualmente artistas especializados em engolir fogo treinam pessoas de sua confiança para agir em caso de acidentes. Esses auxiliares aprendem, entre outras coisas, a abafar o fogo com cobertores e a apagá-lo utilizando extintores.

Comedores e cuspidores de chamas, artistas treinados para engolir fogo encantam o público com performances ousadas, porém muitos ao longo da vida passam a sofrer de enfermidades graves. Não é raro que engolidores de fogo desenvolvam úlcera estomacal, pneumonia, problemas na gengiva e boca, e até mesmo câncer.

Arte circense que tomou conta das ruas, a brincadeira com gasolina, pilares e o próprio corpo, é além da fogueira que mistura energia e coragem, a linha tênue entre a arte e a morte. Já que ao longo da história foram constatados alguns relatos de artistas incendiários que sofreram acidentes letais como queimaduras, intoxicações e até mesmo combustão espontânea, que é quando o fogo aliado a alta concentração de combustível reage de maneira altamente agressiva, e deixa a pessoa completamente em chamas.

Sorrisos e uma salva de palmas

texto por: Rafaeli Camargo
foto: Divulgação/ Primeiramão Notícias




Certo dia andando com alguns amigos por uma das ruas mais conhecidas de São Paulo, a Rua Augusta, nos deparamos com um homem cantando com seu violão na calçada. Na mesma hora nos juntamos e começamos a pedir músicas. O cara bem vestido, simpático com um grande sorriso no rosto cantava todas as músicas pedidas.

Percebi que a capa de seu violão estava ao seu lado, com um pequeno cartaz escrito a mão, não prestei muita atenção no que dizia, apenas olhei rapidamente e li a palavra “contribua”.  Peguei a carteira na bolsa e quando fui abri-la, no mesmo momento o homem que cantava parou a música e me perguntou: “O que você esta fazendo?” eu, meio assustada apontei para o papel ao lado dele, e ele me disse: “ Leia de novo!” , e bati os olhos novamente no papel, agora com mais atenção, daí então entendi porque ele havia me parado. O cartaz dizia: “CONTRIBUA APENAS COM UMA MÚSICA.” Na mesma hora olhei para ele, sorri um pouco envergonhada e ele voltou a cantar.

Pode parecer estranho, mas tem muita gente por aí, fazendo arte pela arte. Não precisam disso necessariamente para se manter, alguns trabalham a semana toda e nos fins de semana vão para algum lugar onde podem mostrar o que realmente gostam de fazer.

Eles encaram como um hobby, sem procurar receber dinheiro em troca, apenas sorrisos, respeito e muitas salvas de palmas.

terça-feira, 6 de março de 2012

Habilidade: segredo do êxito

texto por: Eduardo Camargo
foto: divulgação/fonte: Marcieli Compagnon 


Grafite no Beco Vila Madalena, SP

Criatividade, talento e dedicação. Essas são as três palavras que podem definir qualquer tipo de profissional bem sucedido, porém, quando falamos de arte, talvez as duas primeiras qualidades sejam aquelas que transformam um especialista num artista fenomenal.    

Quando pensamos em arte, logo nos recordamos das artes plásticas, contudo, outros estilos vão compor essa grande fonte cultural que não se atém apenas a forma acadêmica. Se os espaços fechados são sempre usados para abrigar shows e apresentações artísticas, ou seja, há apenas uma fonte de informação, o próprio palco, vemos o quão árduo é o trabalho do artista de rua. Ele deve tornar sua atração a melhor possível, já que o espaço aberto permite que seus espectadores se distraiam a qualquer momento e para o sucesso de sua apresentação, aguçar a percepção da plateia é mais do que necessário.    

Apesar de não terem um lugar fixo para suas apresentações e poucos recursos para atuar, os artistas de rua compensam as dificuldades técnicas com um talento à flor da pele. Muitos confundem e julgam o artista de rua como um profissional sem formação, o que é um erro. Seja uma habilidade que é trabalhada pela família, ou seja, é adquirida de geração em geração, ou mesmo através de escolas e oficinas de arte, o artista é sim um profissional formado, o que não desmerece aquele que nunca participou de algum tipo de curso. Isso não o torna incapaz, mas lhe dá uma visão diferente, pois nas ruas, o atrativo principal... é o talento.

Tornando São Paulo mais colorida

texto por: Barbarah Salles
foto: Maria do Carmo/Folhapress

Artistas circenses na avenida Paulista, em SP.

A cidade de São Paulo com todo seu charme possui um em especial que já faz parte da sua história cultural e artística - Arte de rua, em especial os “Artistas de rua”, que com seu glamour e dedicação tornam essa grande metrópole cada dia mais alegre. 

Não importa o lugar da apresentação, no meio da rua, nas calçadas, nas praças, esses artistas têm o dom de conseguir pelo menos um minuto da atenção da população que não pára. As cores, a maquiagem, a vestimenta, a voz e a performance muitas vezes inusitadas, tornam o fardo do dia a dia um pouco mais leve.

Esses artistas que transformaram as ruas no seu palco, e com todo amor exibem o que de melhor sabem fazer, incrementando a diversidade de São Paulo, procuram além tirar um sorriso, a valorização e o reconhecimento do espaço público para criação e expressão da arte. 

Não se importe com o horário ou seu destino, pare e aprecie pelo menos por alguns instantes essa obra.
“Porque viver é mais que sobreviver – é ter oportunidade de conquistar uma existência digna. Sem dignidade, a própria existência deixa de ter valor”. (Presidente Lula na cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Direitos Humanos)

Vamos brindar a Dionísio?

texto por: Maria Renata
foto: Tiago Queiroz/AE

Gladys tem 24 anos e  formada em Artes Cênicas. Além da atividade como estátua viva, faz parte de um grupo de teatro.

Performances que parecem infinitas. Estáticas, pintadas... Com expressões suaves ou robustas. A estátua viva é um dos grandes baratos da arte de rua.
  
Há 20 anos no Brasil, essa modalidade surgiu na Grécia como adoração ao Deus do Vinho, Dionísio. Dotados de habilidades mímicas, os atores muitas vezes se baseiam em obras renascentistas. Esses artistas precisam dominar técnicas respiratórias, além de fazer estudos detalhados de quadros e esculturas.

Persistência e máxima concentração são essenciais para o domínio da técnica.A maquiagem minuciosa deixa a atuação ainda mais fascinante. Atualmente esses artistas podem ser admirados em algumas ruas da capital paulistana. Composições com alma, diferenciadas por seus figurinos e feições, esses artistas de rua possuem como apoio desde a década de 80, a escola teatral Equipe Estátua Vitrine Viva.

Iniciada no teatro e ao longo do tempo tomando conta dos espaços urbanos, as estátuas vivas complementam com muita personalidade o exuberante espetáculo de arte na rua, que São Paulo oferece.

Arte na rua, agora pode

texto por: Rafaeli Camargo
foto: Breno Ratatori/ site: Folha de S.Paulo

Artista se preparando para se tornar uma estátua viva em frente ao Theatro Municipal.

Por vários anos, centenas de artistas de rua sofreram repressão na cidade de São Paulo, não podiam mostrar seu trabalho e não tinham condições de ganhar seu devido sustento, vivendo do que realmente gostavam de fazer. Para esses artistas viver do trabalho por prazer, não precisar ter patrão e ter o reconhecimento quase que imediato do público é a melhor coisa que se poderia receber.   

Em 2011, uma grande polêmica girou em torno desse assunto, a ação de repressão contra artistas de rua, que foi chamada de Delegada. A PM de São Paulo com todo aquele jeitinho tolerante e nada ignorante de abordar as pessoas, perseguiu artistas alegando que o que eles faziam era comércio ilegal, comparando-os aos camelôs e ambulantes.

Em protesto foi realizada uma passeata na Av. Paulista, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, artistas e não artistas. Uma forma de mostrar que isso tudo não passava de intolerância e ignorância das autoridades, que não podiam proibir alguém de mostrar seu trabalho e ganhar dinheiro com isso.

A partir disso, o prefeito Gilberto Kassab publicou um decreto que disciplina o uso das vias e lugares públicos na cidade de São Paulo. Agora quem pode trabalhar são músicos, dançarinos, malabaristas, atores e poetas. Eles podem “passar o chapéu”, aceitar contribuições espontâneas e distribuir brindes. Porém, os artistas não podem fazer qualquer tipo de comercialização, ter  espaços exclusivos, exceder os limites da lei do silêncio ou exigir algum tipo de contribuição.

Um espaço deles, um espaço merecido



texto por: Caroline Brito
foto: Breno Ratatori/ site: Folha de S.Paulo

Rodolfo Valentino, representa o personagem Jack Sparrow, do filme "Piratas do Caribe" 
É definido como arte de rua todo o tipo de diversão feito publicamente.Os artistas de rua estão cada vez mais presentes no centro histórico da cidade de São Paulo, eles estão ganhando espaço e se apresentando em lugares como parques, praças e, é claro nas ruas. Já é algo normal passar por esses lugares e se deparar com algo divino, mágico, surpreendente, bonito e acima de tudo encantador.

Estátuas vivas, músicos, mágicos, malabaristas, mímicos, entre outros, procuram fazer as suas apresentações espontâneas de arte popular nas ruas da capital paulista, a maioria deles trata a arte de rua como profissão, fazendo dela seu palco, além do possível para alegrar as pessoas com o bom humor.

Não foi diferente com o fotógrafo Breno Ratatori, ao buscar imagens sobre o assunto é possível encontrar fotos do grande trabalho feito por ele, que acompanhou o período de transformação de alguns artistas para as apresentações feitas na rua.

Veja algumas fotos:


Liliana Romero, 26 se apresenta em frente ao Theatro Municipal,já trabalhou como artista de rua em quatro países da América do Sul, costuma se exibir por até quatro horas diárias nas ruas de São Paulo
.
Dependendo da personagem, ela vai até uma hora para se aprontar e mais de 45 minutos para retirar a maquiagem



Emerson Pinzindin, 47, se apresenta em frente ao Conjunto Nacional durante a semana e no shopping Pátio Higienópolis aos sábados


Rodolfo Valentino, 36, é formado em artes cênicas em Trujillo, no Peru, com intercâmbio pela USP 



Valentino se apresenta de três a quatro vezes por semana em frente ao viaduto do Chá
Você pode conferir mais fotos feitas por Breno Ratatori no site da Folha de S.Paulo: